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após Teseu matar o Minotauro, Dédalo e seu filho Ícaro são aprisionados numa torre
por ordens do rei Minos, pois este descobrira a traição do engenhoso arquiteto em
construir uma vaca de madeira para que a rainha ficasse em seu interior e copulasse
com o touro branco, gerando assim, o terrível monstro meio homem, meio touro.
Com
o passar do tempo, Dédalo passa a juntar penas de gaivotas e com estas unidas
entre si com cera de abelha cria seu mais novo invento: asas mecânicas. Planeja
fugir da ilha de Creta usando as mesmas. Passa a explicar ao filho como o
equipamento funciona:
—
Elas são presas ao corpo por meio destas correias. Usamos os braços para
fazê-las entrar em funcionamento assim como os pássaros a bater as asas.
Saltaremos pelas janelas da torre, cruzaremos o mar e pousaremos então em terra
firme. No entanto há um detalhe muito importante. Não poderemos voar muito alto
para que o sol não derreta a cera, nem muito baixo para que as penas não se
encharquem com as águas e fiquem pesadas demais.
Iniciariam
a jornada logo no dia seguinte. Chega a hora de testarem o fabuloso engenho e
os dois mergulham das janelas, dão um voo rasante e começam a subir. Podem
sentir o vento batendo em suas faces com o inebriante cheiro de maresia. Passam
a sentir a liberdade desejada desde o primórdio dos tempos por todo
o ser humano. Opa! Algo começa a sair do planejado! Ícaro fica deslumbrado por
tudo aquilo e passa a subir além dos limites estabelecidos. O sol passa a
esquentar cada vez mais as asas e, a cera começa a derreter, as penas passam a
se soltar e o jovem cai e se afoga nas águas do mar Egeu. Ao longe Dédalo vê um
aglomerado de penas sobre as ondas: tarde demais...
Na
vida devemos sempre buscar nossos sonhos, vivendo dentro dos nossos limites,
nem acima nem abaixo do nosso potencial. Devemos sempre voar “no linear do horizonte humano”!